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A Vida dos Doze Discípulos

Por Eduardo Feldberg - Setembro/2009

 

Logo no início de Seu ministério, Jesus escolheu doze homens para que O acompanhassem e dessem continuidade à obra do Senhor após Sua ascensão. Talvez os doze discípulos não soubessem, mas hoje vemos que o trabalho desses humildes pescadores influenciou toda a Igreja no decorrer dos séculos. Jesus sabia disso, portanto buscou direção do Pai antes dessa importante escolha e os discipulou de forma genial, tornando-os verdadeiros “pescadores de homens”.

 

"Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.

Quando amanheceu, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles..." (Lucas 6.12-13).

 

 

Neste artigo, escreverei sobre esses doze homens, que viveram um intenso discipulado ao lado do Mestre dos mestres, e sobre o décimo terceiro, escolhido após a morte de Judas. ¹ Trata-se de um pequeno resumo com informações pessoais, familiares, ocupacionais, ministeriais e provável morte de cada um dos discípulos, que posteriormente se tornaram apóstolos (exceto Judas). Espero que você conheça um pouco mais sobre as virtudes, defeitos e características de cada um, e exalte a sábia liderança de Jesus Cristo, ao optar por um grupo tão heterogêneo, e saber lidar com as diferenças entre eles. Talvez Ele queira nos ensinar alguma coisa, né?!              

 

Para este resumo, me vali de fontes diversas, como livros, enciclopédias, sites, mas principalmente de conclusões da própria Palavra, pois há um grande conflito de informações nas demais fontes, por conveniências religiosas, ou desconhecimento de informações exatas e fidedignas. Como qualquer estudo humano, está sujeito a erros, portanto o que for dito incerto deve ser considerado como incerto.

 

 

ANDRÉ

 

O discípulo André era irmão de Simão Pedro (Mateus 4.18) e filho de certo João (João 1.42). Seu nome é uma tradução do grego “Andreas”, que significa “homem”, “varonil”. Ambos os jovens haviam seguido o ramo da pesca (Marcos 1.16). André era natural de Betsaida (do hebraico, “Casa de Pesca”), uma cidade à beira do Tiberíades, sendo assim conterrâneo de Filipe (João 1.44). Pela cronologia dos Evangelhos, André parece ter sido o primeiro apóstolo a ser chamado por Jesus, tornando-se o primeiro “Pescador de Homens”.      
 

André se tornou seguidor de João Batista, e junto com João (o futuro discípulo), juntaram-se a Jesus após uma pregação dele (João 1.37). Pelo que se nota, André tinha certa facilidade em levar as pessoas a Cristo. Logo após conhecer Jesus, já vai correndo avisar seu irmão Pedro sobre o Mestre (João 1.41), que então se torna um discípulo de Cristo. Pedro e André tinham uma casa que parece ter abrigado a Jesus no início da Sua vida pública, em Cafarnaum (Marcos 1.29). André sempre esteve próximo do Senhor durante sua vida pública. Nas várias listas dos apóstolos dadas no Novo Testamento, André é sempre citado entre os quatro discípulos mais próximos de Jesus, junto com seu irmão Pedro e os irmãos Tiago e João.    
 

Dentre as passagens que citam este discípulo, temos a ocasião em que ele perguntou a Jesus, junto com outros discípulos, quando o Templo seria destruído (Marcos 13.3), e a da multiplicação dos pães. Nesta ocasião, André leva o rapaz que tinha cinco pães e dois peixinhos (João 6.8). Lemos também a passagem em que alguns gregos vieram para Jerusalém a fim de conhecerem pessoalmente o afamado Mestre. Os gregos perguntaram a Filipe como poderiam vê-lO, mas Filipe não soube exatamente o que fazer e pediu a opinião de André, que os levou até Jesus (João 12.20-22). Após a morte de Jesus, veremos o nome de André um pouco mais tarde, quando se encontrava orando ao Senhor no cenáculo com os outros apóstolos (Atos 1.13), enquanto aguardavam o Pentecostes. Depois deste “enchimento” com o Espírito Santo, André divulgou bastante a mensagem de Cristo e, segundo o historiador Eusébio e o apócrifo “Atos de André”, viveu seus últimos dias na “Terra dos Canibais", região da antiga URSS, identificada na época como “Cítia”. Pregou também na Ásia Menor, hoje conhecida como Turquia, e Macedônia.

 

Segundo a tradição, foi crucificado atado (e não pregado) a uma cruz em forma de X, na cidade de Pátros, onde havia sido eleito bispo. Essa cruz em forma de “X” ficou conhecida como “Cruz de Santo André”. O apóstolo é honrado como padroeiro da Rússia e Escócia e considerado o fundador da igreja em Bizâncio (capital do Império Romano do Oriente, e posteriormente chamada Constantinopla), motivo pelo qual é considerado o primeiro Patriarca de Constantinopla.

 

 

BARTOLOMEU

 

Bartolomeu nasceu em Cana da Galiléia (João 21.2), a cerca de 10 km de Nazaré, e provavelmente era um viajante. Nos sinóticos, há uma concordância sobre seu nome Bartolomeu. Já João o chama de Natanael (João 1.45). Alguns estudiosos creem que Bartolomeu era o sobrenome de Natanael. Outros aceitam que seu nome era Natanael, ao passo que Bartolomeu era simplesmente uma identificação de sua filiação, visto que Bartolomeu significa “filho de Tolmai”. A Bíblia não identifica quem foi Tolmai. “Natanael” significa “dádiva de Deus”. Bartolomeu não foi um dos discípulos mais comentados no Novo Testamento, mas uma pequena declaração de Jesus Cristo a seu respeito nos fala muito sobre seu caráter. Jesus disse sobre ele: “Eis aí um israelita em quem não há dolo.” (João 1.47)  
 

Bartolomeu foi apresentado a Jesus por seu grande amigo e futuro apóstolo Filipe, sob uma figueira. Quando Filipe conheceu o Messias, correu para informar Bartolomeu sobre o ocorrido. Como bom israelita que aguardava ansiosamente o Messias, Bartolomeu se empolga! Porém, quando Filipe fala que Jesus veio de Nazaré, Bartolomeu desanima. Esperava algo mais grandioso. Para finalizar, Filipe o convida a ver o Messias pessoalmente. Quando chega até Jesus, o Mestre afirma que já havia o visto assentado sob uma figueira, antes de Felipe o convidar. Natanael então crê e vê em Jesus o Messias que esperava (João 1.45-51).

 

Embora Bartolomeu não apareça muito no restante das Escrituras, lemos em João que após a ressurreição de Cristo, o Senhor apareceu aos discípulos, e entre eles estava Bartolomeu (João 21.2). Em Atos, vemos o discípulo orando no cenáculo com os outros apóstolos (Atos 1.13). Após isso, a história nos sugere que Bartolomeu pregou em diversos lugares, como a Armênia Maior, onde converteu o rei Polímio, sua esposa e muitos outros homens, em mais de doze cidades. Essas conversões, no entanto, provocaram uma enorme inveja dos sacerdotes da cidade, que, por meio do irmão do rei Polímio, arrancaram a pele de Bartolomeu e então cortaram sua cabeça.

 


FILIPE

 

Nascido em Betsaida, na Galiléia (João 1.44), Filipe foi um dos discípulos que recebeu mais destaque nos Evangelhos. Se houvesse uma hierarquia entre os discípulos, provavelmente Filipe seria o quinto, após Pedro, Tiago, João e André. Conterrâneo de Pedro e André (João 1.44), seu nome deriva do grego “Philippos” e tem o estranho significado “amigo dos cavalos”.

 

Pouco depois de Jesus convocar Simão Pedro, Felipe foi encontrado em Betânia pelo Senhor, que simplesmente lhe disse: “Segue-me” (João 1.43). Filipe foi chamado pelo Senhor estando sozinho (João 1.43), ao contrário da maioria dos outros discípulos, que se encontrava em grupos ou em pares. Logo após ouvir o impressionante chamado de Cristo, correu até o grande amigo Bartolomeu e o apresentou a Jesus, dizendo: “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.” (João 1.45). Após a conversão, Filipe aparece na cena da multiplicação de pães, quando calculou a quantidade de dinheiro necessária para saciar a fome da multidão (João 6.7). Algum tempo depois, aparece numa ocasião em que alguns gregos desejam conhecer a Jesus. Recorrem a Filipe, mas este, sem saber como proceder, procura André, pedindo ajuda (João 12.20-22). Mais pra frente, Filipe roga a Jesus que lhes mostre o Pai, ao que Jesus responde “Quem me vê, vê o Pai, Filipe. Será que você ainda não me conhece?” (João 14.9). Depois disso, o veremos juntamente com os outros apóstolos no cenáculo, após a ascensão de Cristo, orando ao Senhor (Atos 1.13). Conforme a tradição, após a morte de Jesus, Filipe viajou ao Egito, Etiópia e rumou para a Grécia, onde viveu em Hierápolis. Era um judeu helenístico e, antes de qualquer coisa, um evangelista para as sinagogas judaicas de língua grega da Cítia, Frígia e dos arredores da Grécia e Macedônia.   
 

A igreja tem preservado muitas tradições a respeito de seu último ministério e morte. Segundo algumas delas, ele pregou na França. Outras dizem que pregou no sul da Rússia, na Ásia Menor, ou até na Índia. Nada de concreto, portanto. Dentre as conjecturas, a mais provável é a que tenha tido um ministério muito poderoso em Cartago, no Norte da África, e em seguida na Ásia Menor, onde a mulher de um procônsul romano se converteu. Em retaliação, esse procônsul mandou prendê-lo e matá-lo com muita crueldade. Uns dizem que morreu crucificado de cabeça para baixo, mas não há um consenso.

 

 

JOÃO

 

João era o irmão mais novo de Tiago, o Maior, portanto, filho de Zebedeu (Mateus 10.2). Nascido provavelmente em Betsaida, na Galiléia, é possível que seja filho de Salomé. Alguns versículos dão a entender que Salomé era irmã de Maria (compare Marcos 15.40 com Marcos 16.1 com João 19.25), e com isso, podemos conjecturar que João e Tiago fossem primos de Jesus. João era provavelmente o mais jovem dos discípulos. Seu nome provém do grego “Ioannes”, oriundo do hebraico “Yohanan”, que significa “Yahweh é benigno” ou “Graça de Deus”. João e Tiago trabalhavam com os empregados de seu pai, como pescadores (Marcos 1.21). A existência de empregados nos faz crer que se tratava de uma família próspera. Tiago e João eram sócios de Pedro, no ramo da pesca (Lucas 5.10).  
 

Um dia, Jesus estava andando e encontrou João e seu irmão consertando redes no mar da Galiléia. Jesus deu ordens a eles para que tentassem pescar novamente, e, nesta nova tentativa, pescaram inúmeros peixes, de forma que se maravilharam com o Senhor. João e seu irmão foram convidados a seguir Jesus logo depois de Pedro e André (Lucas 5.10). João estava sempre acompanhando Jesus com Tiago e Pedro. Por exemplo, no momento da transfiguração (Mateus 17.1), na cura da sogra de Pedro (Marcos 1.29), na cura da filha de Jairo (Marcos 5.37) e no Getsêmani (Mateus 26.37). Além destas ocasiões, também vimos João sendo encarregado por Jesus de preparar a Páscoa com Pedro (Lucas 22.8). João uma vez foi citado (por ele mesmo!), como "o discípulo a quem Jesus amava" (João 13.23). Embora João seja conhecido como o “Apóstolo do Amor”, e nas três cartas joaninas apareçam palavras e expressões muito amáveis e delicadas, pensamos que seu temperamento foi transformado (ou controlado) drasticamente, pois a início, parecia ter sido um jovem impulsivo, com uma personalidade muito forte. Esta postura rendeu a ele e seu irmão o apelido de “Boanerges”, que quer dizer “filhos do trovão” (Marcos 3.17). Veja algumas situações:

 

Um dia, João viu um homem expulsando demônios e, provavelmente movido pelos ciúmes, ou um impulso faccionista, foi reclamar para Jesus, que lhe censurou na mesma hora (Lucas 9.50). Em outro momento, João e seu irmão desejaram que descesse fogo do céu para queimar vivos alguns samaritanos que não hospedaram a Jesus (Lucas 9.54). Em outra situação, ambicionou assentar-se com seu irmão ao lado de Jesus em dois tronos eminentes (Mateus 20.21). Outro fato que nos mostra a ousadia de João é o fato de ele ter sido o único discípulo a presenciar não só o julgamento (João 18.16), mas todo o sofrimento e crucificação de Jesus de perto (João 19.26). Os outros fugiram, mas João se manteve ali, mesmo sabendo que poderia ser preso a qualquer momento, pois era conhecido do sumo sacerdote (João 18.15) e isto o tornaria facilmente vulnerável à prisão quando os guardas do sumo sacerdote o vissem.

 

Quando João se encontrava ali, ao pé da cruz, Jesus lhe atarefou de cuidar de sua mãe (João 19.27), e segundo a tradição, o pedido foi realizado. João teria cuidado de Maria até que ela morreu. Quando soube que Jesus havia ressuscitado, João correu tanto que foi o primeiro a chegar ao sepulcro e verificar a veracidade da notícia (João 20.24). Em seguida, encontramos João orando no cenáculo com os demais discípulos (Atos 1.13). Em Atos 4.13, lemos que João era “iletrado e indouto”, porém, era ousado e intrépido no falar. Logo após o Pentecostes, Pedro e João operam pelo poder do Senhor o primeiro milagre dos discípulos: a cura do coxo de nascença na Porta Formosa (Atos 3.2). Alguns anos depois, teve seu irmão Tiago assassinado (Atos 12.2).
 

Embora haja alguma controvérsia sobre a autoria de alguns livros do NT, é praticamente unânime que foi o discípulo João quem escreveu o Evangelho que leva seu nome, as três cartas e o livro de Apocalipse.
Segundo a tradição, João permaneceu em Jerusalém e se tornou líder da igreja em Éfeso. Após as grandes perseguições em Jerusalém, transferiu-se com Pedro para Samaria, onde pregou bastante o Evangelho. Uma tradição latina muito antiga informa que João saiu incólume após ter sido jogado num caldeirão de óleo fervente na cidade de Roma. Domiciano, o imperador romano, espantado com a situação, não ousou tentar matá-lo novamente, mas mandou exilá-lo em meados da década de 90 na Ilha de Pátmos, no Mar Egeu. Preso nesta ilha, João escreveu o livro de Apocalipse (Apocalipse 1.9), em 95 d.C, relatando as visões e profecia recebidas naquela solitária ilha. Após a morte de Domiciano, o apóstolo voltou para Éfeso e, apesar das perseguições, foi provavelmente o único apóstolo a morrer de causas naturais, com a idade avançada de 100 anos.

 

 

JUDAS TADEU (OU LEBEU)

 

Judas Tadeu provavelmente nasceu em Caná da Galiléia, na Palestina, e era filho de certo Tiago (Lucas 6.16). Enquanto Mateus e Marcos referem-se a ele como Tadeu (Mateus 10.3), Lucas já o menciona como Judas (Lucas 6.16) e em algumas traduções de Mateus 10.3, é chamado de Lebeu. Em alguns versículos, Judas Tadeu é também chamado de “Judas, não o Iscariotes”, para diferenciá-los (João 14.22).        
 

A única passagem em que vemos Judas Tadeu é quando o discípulo perguntou a Jesus: “Senhor, por que pretendes manifestar-te a nós, e não ao mundo?”, e Jesus lhe responde dizendo “Se alguém me amar, guardará a minha palavra. Meu Pai o amará, e viveremos para ele e nele faremos morada.” (João 14.22, 23) Diante desta resposta, Judas se consagrou e prosseguiu com perseverança. Depois da ascensão de Jesus, Judas Tadeu se encontra com os demais discípulos e ora ao Senhor, aguardando o derramamento do Espírito Santo (Atos 1.13). É importante sabermos que, no Novo Testamento, lemos a respeito de diversos Judas, e não devemos confundi-los. Este Judas, por exemplo, não é o Judas irmão de Jesus (Mateus 13.55) nem o escritor de Judas, que provavelmente é o mesmo Judas, irmão de Jesus.

 

Dados históricos nos revelam que ele continuou pregando o Evangelho na Galiléia, depois em Samaria e outras cidades da região. O Historiador Eusébio, um dos principais historiadores bíblicos, que viveu por volta do séc. III, diz que em algum momento antes da crucificação, Jesus o enviou ao rei Abgar, da Mesopotâmia, a fim de orar pela sua cura. Segundo essa história, após a morte e ressurreição de Cristo, Judas voltou àquela cidade e permaneceu por ali, pregando em várias cidades da Mesopotâmia, Edessa, Arábia e Síria. Segundo relata São Jerônimo, foi martirizado cruelmente na Pérsia, mutilado e degolado a golpes de machado, desferidos por sacerdotes pagãos, por se recusar a prestar culto à deusa Diana.

 


JUDAS ISCARIOTES

 

Judas Iscariotes era filho de Simão Iscariotes e como seu sobrenome provém do aramaico "Iskerioth", que significa "homem de Queriote”, é provável que tenha nascido na cidade de Kerioth, na Judéia. Esta cidade pertencia à tribo de Judá, e é mencionada em Josué 15.25 como “Queriote-Hezrom”. Sendo assim, Judas era o único discípulo não galileu, mas sim da Judéia, descendente da tribo de Judá, como Jesus. Os habitantes da Judéia desprezavam o povo galileu e isso pode ter alienado Judas dos demais discípulos.

 

Apesar de Jesus certamente conhecer seu caráter dúbio (João 6.64; 13.21), o nomeou curiosamente como tesoureiro e encarregado das finanças do grupo (João 12.6). Jesus conhecia o seu caráter desde o princípio (Mateus 26.25), mas os apóstolos aparentemente não tinham muita suspeita. Judas aparece em diversas ocasiões nos Evangelhos, e, dentre elas, podemos dizer que ele era caluniador (pois considerou um desperdício ungir Jesus com um produto tão caro - João 12.4), ladrão (João 12.6), traidor (Lucas 6.16), avarento (Mateus 26.15), hipócrita e desonesto (João 12.5, 6). Foi ele o discípulo que, com um beijo (Mateus 26.49), traiu Jesus por 30 moedas de prata (Mateus 26.15), valor correspondente ao preço de um escravo (Êxodo 21.32). Após a traição, Judas se arrependeu amargamente e jogou as 30 moedas aos pés dos sacerdotes (Mateus 27.3). Em seguida, dominado pelo remorso, suicidou-se se enforcando. (Mateus 27.5) Os sacerdotes pegaram o dinheiro e compraram um terreno para servir de cemitério aos estrangeiros, posteriormente chamado de “Aceldama”, que quer dizer “Campo do Sangue” (Mateus 27.8; Atos 1.19). Após o suicídio, vemos seu nome novamente em Atos. Neste texto somos levados a supor que ao enforcar-se, o galho em que ocorrera o suicídio se quebrou, e Judas caiu de uma altura elevada, se arrebentando com a queda (Atos 1.18).

 

 

MATEUS

 

O nome Mateus é uma tradução grega do nome hebraico que significa “Dom de Yahweh” ou “Presente de Deus”. Como em alguns evangelhos, este discípulo é chamado de Mateus (Mateus 10.3), e em outros, de Levi (Marcos 2.14), alguns creem que o nome de Mateus era Levi antes de decidir seguir a Jesus, e que Jesus lhe deu esse novo nome. Mateus foi chamado por Jesus junto ao mar da Galiléia, em Cafarnaum, quando trabalhava como publicano a serviço de Herodes (Mateus 9.9). Os publicanos eram cobradores de impostos que trabalhavam para o Império Romano. Eram odiados pelos judeus, e considerados traidores, pois cobravam impostos deles a serviço dos romanos, e ainda por cima cobravam juros extra para lucrarem sobre os judeus. Dentro deste ambiente, Mateus foi chamado por Jesus para ser um discípulo e não hesitou.

 

Mateus ficou tão feliz por ter sido escolhido pelo Mestre que promoveu uma grande festa em sua casa, o que evidencia que era um homem próspero (Lucas 5.29). Como o pai de Tiago (O Menor) também se chamava Alfeu (Mateus 10.3), Mateus pode ter sido irmão ou tido algum grau de parentesco com ele. Se bem que esta possibilidade é bem remota, afinal, naquela época havia muita ocorrência de homônimos. Se Mateus era mesmo irmão de Tiago, o Menor, ambos podem ter sido filhos de Alfeu com certa Maria. Alguns dizem que Alfeu era outro nome de Clopas. Se novamente compararmos alguns versículos (Marcos 15.40 com Marcos 16.1 com João 19.25), podemos supor que Maria, mãe de Tiago (O Menor) é que era a irmã de Jesus, e não Salomé, e assim, ambos podem ter sido primos de Jesus. Mateus é o autor do Evangelho que leva seu nome. Engraçado que mesmo sendo o autor do Evangelho, o discípulo não fez questão de se sobressair, incluindo seu nome em apenas dois versículos.

 

Não sabemos ao certo o que aconteceu com ele depois do dia de Pentecostes, mas a tradição nos diz que ele pregou na Pérsia e Etiópia. Uma informação fornecida por John Fox declara que ele passou seus últimos anos pregando na Pártia e na Etiópia e que foi martirizado na cidade Nadabá em 60 d.C., provavelmente apunhalado e queimado.

 


MATIAS

 

Após a morte de Judas, Pedro sugeriu que os discípulos escolhessem outra pessoa para substituir o traidor (Atos 1.20), e que o novo membro tivesse conhecido a Jesus e sido testemunha de Sua ressurreição (Atos 1.21). Os apóstolos encontraram dois homens que satisfaziam as qualificações: José e Matias (Atos 1.23). Por meio de sortes, o cargo foi ocupado por Matias (Atos 1.26).             
 

O nome Matias é uma variante do nome hebraico que também originou o nome Mateus, portanto, tem o mesmo significado que o outro: “Dom de Deus”. A Bíblia não nos conta mais nada a respeito dele, mas algumas informações da igreja primitiva nos indicam que ele foi para a Síria com André, e posteriormente para a Etiópia, onde foi queimado ou decapitado.

 


PEDRO (SIMÃO PEDRO)

 

Pedro certamente foi o discípulo mais evidente. Nascido em Betsaida da Galiléia (João 1.40), cidade de Filipe (João 1.44), Pedro era irmão do também discípulo André (João 1.44), e filho de certo João (João 1.42) ou Jonas (em Mateus 16.17, lemos “Simão Barjonas”, que do grego significa Simão “filho de Jonas”). Seu primeiro nome era Simão e na época de seu encontro com Cristo morava em Cafarnaum, ao que tudo indica, com a mulher e a sogra (Marcos 1.29,30). Trabalhava com o irmão e o pai no ramo da pesca (Marcos 1.16), e era sócio de Tiago e João no ramo (Lucas 5.10), até que foi apresentado a Jesus em Betânia, tornando-se um discípulo.   
 

Pedro foi um dos primeiros discípulos a serem chamados, e foi levado a Jesus pelo próprio irmão André (João 1.41). Nos autógrafos, os escritores do Novo Testamento usaram quatro nomes diferentes para Pedro: Simeão (Atos 15.14), Simão (Mateus 10.2), Cefas (João 1.42), palavra aramaica que significa “rocha” e o quarto e mais comum, Pedro, nome grego que significa “pedra” ou “rocha”. Pedro falava com sotaque galileu (Marcos 14.70), e seus costumes o identificavam como mais um inculto da região (Atos 4.13). Junto com seu irmão e a dupla Tiago e João, fez parte do círculo íntimo de Jesus entre os doze, participando dos mais importantes milagres do Mestre. Pedro sempre encabeça as listas dos doze discípulos, fator que evidencia seu destaque e preeminência entre os doze. Pedro é definido por um temperamento muito forte, impulsivo, belicoso, ousado, e estas atitudes lhe renderam elogios e censuras.

 

Dos discípulos, Pedro é o mais citado nos Evangelhos e demais livros do Novo Testamento. Dentre as ocorrências, temos: Andou sobre o mar (Mateus 14.29); confessou que Jesus é o Cristo (Mateus 16.16); reprovou a Jesus, opondo-se ao sofrimento de seu Mestre, sendo assim repreendido por Ele (Mateus 16.23); presenciou a ressurreição da filha de Jairo (Lucas 8.51), a transfiguração (Mateus 17.1) e a agonia de Jesus (Mateus 26.37); foi escolhido com João para preparar a Páscoa (Lucas 22.8); fisgou o peixe com a moeda na boca (Mateus 17.24); perguntou sobre o perdão (Mateus 18.21) e a recompensa pela renúncia a todas as coisas (Mateus 19.27); prometeu lealdade e foi advertido (Mateus 26.33); foi repreendido por não vigiar no Getsêmani (Mateus 26.40); questionou a respeito da figueira (Marcos 11.21) e dos sinais da segunda vinda (Marcos 13.3); teve seus pés lavados por Jesus (João 13.6); perguntou sobre quem trairia Jesus (João 13.24); decepou a orelha de Malco (João 18.10) e negou a Jesus três vezes, chorando amargamente em seguida (Marcos 14.68). Após a negação, Pedro soube da ressurreição de Jesus e correu até o túmulo com os outros discípulos para examinar o túmulo vazio (João 20.6); viu o próprio Jesus, manifesto a ele (1 Coríntios 15.5). Após a Ascensão, presidiu a assembleia dos apóstolos que escolheu Matias para substituir Judas; fez seu primeiro sermão no dia de Pentecostes (Atos 2.14) e peregrinou por várias cidades. Pedro emergiu como o líder mais influente da igreja primitiva e, junto com João, foram os primeiros a realizar um milagre depois do Pentecostes (Atos 3.7).

 

Dentre os feitos de Pedro após a Ascensão, foi ameaçado no Sinédrio (Atos 4.17); repreendeu Ananias e Safira (Atos 5.3); foi liberto da prisão por um anjo (Atos 5.19); foi enviado a Samaria junto com João para conferirem o Espírito aos discípulos (Atos 8.14); rejeitou a proposta do mago Simão (Atos 8.20); curou o paralítico Enéas (Atos 9.34); ressuscitou Dorcas (Atos 9.40); visitou Cornélio (Atos 10.23); se defendeu em Jerusalém (Atos 11.5); foi preso por Herodes (Atos 12.4); novamente liberto por um anjo (Atos 12.9); compareceu perante o concílio de Jerusalém (Atos 15.7); foi considerado como uma coluna na Igreja primitiva (Gálatas 2.9); foi repreendido por Paulo e foi para a Babilônia (1 Pedroe 5.13).

 

A história nos revela que Pedro fundou as linhas apostólicas de Antioquia e Síria (as mais antigas sucessões do Cristianismo). Foi preso por ordem do rei Agripa I e encaminhado à Roma durante o reinado de Nero, o tirano imperador romano que ordenou a perseguição aos cristãos. Ali fundou e presidiu à comunidade cristã, base da Igreja Católica Romana. Pedro sentiu-se livre para servir aos gentios, mas ainda assim foi mais conhecido como o “Apóstolo dos Judeus”. A tradição diz que a Basílica de São Pedro em Roma está edificada sobre o local onde ele foi sepultado. Pedro é considerado pelos católicos como o primeiro papa e foi martirizado na cidade de Roma,provavelmente em 64 d.C., durante a perseguição do imperador Nero, tendo sido crucificado de cabeça para baixo no Circo de Nero a seu próprio pedido, por não se sentir de valor suficiente para morrer da mesma forma que seu Senhor havia morrido. É conhecido como o “Príncipe dos Apóstolos”.

 


SIMÃO, O ZELOTE

 

Afirma-se que Simão nasceu na Galiléia e é um dos apóstolos que não nos deixou muitas informações. Para distingui-lo de Pedro, que também se chamava Simão, os evangelistas Mateus e Marcos lhe deram o sobrenome de “Zelote” (Lucas 6.15) ou “Cananeu” (Mateus 10.4). O apelido provavelmente se refere a sua participação na seita ultranacionalista chamada de “Zelotes”, valentes que lutavam pela libertação de Israel dos romanos. Por volta do ano 6, certo homem chamado Judas se revoltou contra Roma e criou o partido, composto por homens que se recusavam a aceitar o domínio estrangeiro sobre eles. Tratava-se de um grupo de patriotas anti-romanos que desejavam o retorno à observação da Lei e à conquista da liberdade nacional mediante a expulsão dos romanos. Para eles, a fé no messianismo veterotestamentário estava condicionada à reconquista da independência judaica, crendo que a situação de domínio por uma nação estrangeira era uma blasfêmia contra seu Deus único, Yahveh. O partido era pequeno, mas considerado, inclusive pelos judeus, como subversivo e perigoso. Podemos compará-los toscamente com um “Talibã” da época, pois suas táticas eram parecidas com as dos grupos terroristas atuais. Muitas vezes faziam incursões e matavam, atacando estrangeiros e os judeus suspeitos de traição. Eles foram os responsáveis pela grande rebelião contra Roma, em 66 d.C..               
 

Neste contexto, Simão estava ansioso pelo surgimento do Messias, nestes tempos tão difíceis, na esperança de que a nação fosse liberta definitivamente das mãos do Império Romano, portanto, via Jesus como um líder principalmente político, como muitos outros judeus, mas num grau ainda mais elevado.
Parece que Simão foi convocado para ser um discípulo junto com André, Pedro, Tiago, João, Judas Iscariotes e Tadeu. Como os outros apóstolos, também se achava no cenáculo, após a ascensão, orando e suplicando ao Senhor (Atos 1.13).

 

Nos anos seguintes, teria percorrido os caminhos da Palestina pregando o Evangelho, e depois, ido ao Egito e retornado pela África do Norte, Espanha e Bretanha, chegando à Ásia Menor. Deste ponto pode ter viajado pela Mesopotâmia e Síria. Segundo Egésipo, outro grande historiador judeu do séc. II, o apóstolo teria sofrido o martírio durante o império de Trajano, contando já com a avançada idade de 120 anos, por ter se negado a oferecer sacrifícios ao deus Sol.

 


TIAGO, FILHO DE ZEBEDEU (O MAIOR)

 

O nome Tiago é uma variação do nome hebraico “Jacó”. Tiago era irmão de João, filho de Zebedeu (Mateus 10.2) e provavelmente nasceu em Betsaida, onde trabalhava como pescador junto com seu irmão e seu pai (Marcos 1.20). Se analisarmos bem alguns versículos, podemos chegar à conclusão de que João e Tiago eram filhos de Salomé, que provavelmente era irmã de Maria, mãe de Jesus e assim, seriam primos de Jesus (compare Marcos 15.40 com Marcos 16.1 com João 19.25).

 

Depois que Jesus convocou a Pedro e André, caminhou um pouco pela praia da Galiléia e convidou a Tiago e João, que estavam consertando redes de pesca (Mateus 4.21). Tiago e seu irmão responderam imediatamente ao chamado de Cristo. Como havia dois discípulos com este nome, este Tiago é chamado vulgarmente de “Tiago, o Maior”, por conta de suas aparições e feitos relatados nas Escrituras, enquanto o outro é conhecido como “Tiago, o Menor”. Juntamente com seu irmão João e os irmãos Pedro e André, Tiago se inclui na lista de amigos mais próximos de Jesus. Como seu pai tinha empregados para trabalhar com a pesca, presume-se que Tiago e João pertenciam a uma família próspera (Marcos 1.20). Tiago e seu irmão foram apelidados por Jesus de “Boanerges”, que quer dizer “Filhos do Trovão” (Marcos 3.17), numa provável referência ao temperamento explosivo e impulsivo de ambos. (Veja detalhes em “João”). Das aparições deste discípulo, temos as seguintes ocorrências:

 

Presenciou a expulsão de um demônio (Marcos 1.20-29); presenciou a cura da sogra de Pedro (Marcos 1.29); pediu que ele e João se assentassem com Jesus no seu trono (Marcos 10.37); perguntou ao Mestre se queria que ordenassem que descesse fogo do céu para consumir os samaritanos que não receberam Jesus (Lucas 9.54); testemunhou a pesca milagrosa (Lucas 5.10), a ressurreição da filha de Jairo (Marcos 5.37), a agonia do Getsêmani (Mateus 26.37) e a transfiguração (Mateus 17.1). Após a ressurreição de Cristo, se encontra junto ao Mar da Galiléia com outros discípulos (João 21.2), e depois no cenáculo, perseverando em oração e súplicas, junto com os outros dez (Atos 1.13).

 

Isidoro de Sevilha, grande teólogo do séc. VI, afirma que Tiago evangelizou a Espanha, tornando-se seu primeiro evangelizador e sendo considerado patrono do país. Inclusive, teriam sido encontradas algumas relíquias do apóstolo na cidade de Iria, fato que gerou a mudança do nome da cidade para Santiago de Compostela, tornando-se por causa dos achados, um importante destino de peregrinações. Conta-se também que após a morte de Jesus, permaneceu em Jerusalém, com Pedro. Este pequeno grande discípulo foi o primeiro dos discípulos a sofrer o martírio, morto à espada por ordem de Herodes Agripa I, que estava caçando cristãos por pura maldade, provavelmente no ano 42 ou 44 d.C. (Atos 12.2).

 


TIAGO, FILHO DE ALFEU (O MENOR)

 

Este é o Tiago é popularmente chamado de “Tiago Menor”. Uma das poucas informações que temos a seu respeito é a de que era filho de Alfeu (Mateus 10.3) e de Maria (Marcos 15.40) que, com Maria Madalena e Salomé, compraram aromas para ungirem o corpo de Jesus (Marcos 16.1).

 

 

Os Evangelhos fazem apenas referências passageiras a Tiago, e baseado nestas poucas passagens, sugere-se que seja irmão de Mateus, pois o outro discípulo também era filho de certo Alfeu. Se bem que esta possibilidade é remota, valendo-se desta única premissa. Alguns dizem que Alfeu, pai de Tiago, era outro nome de Clopas. Se novamente compararmos alguns versículos (Marcos 15.40 com Marcos 16.1 com João 19.25), podemos supor que Maria, mãe de Tiago (O Menor) é que era a irmã de Jesus, e não Salomé, e assim, ambos (Tiago e Mateus, caso fossem irmãos) podem ter sido primos de Jesus. Alguns comentaristas da Bíblia teorizam que este discípulo trazia uma estreita semelhança física com Jesus, o que poderia explicar por que Judas Iscariotes teve de identificar Jesus na noite em que foi traído.

 

Tiago foi provavelmente o primeiro bispo de Jerusalém e dizem que ele pregou na Pérsia, embora não haja informações concretas sobre sua vida, ministério posterior e morte. A suposição mais aceita é a de que os fariseus o atiraram do alto do seu templo e em seguida, foi apedrejado e morto com uma paulada na cabeça, no ano 62 d.C.

 


TOMÉ

 

Conforme o apócrifo "Evangelho de Tomé", Tomé era um israelita de nascimento. Também era chamado de Dídimo (João 11.16), um nome que tanto em aramaico como em grego significa “gêmeo”, e era mais um pescador (João 21.2). Nos relatos, encontramos o discípulo na ocasião em que questiona sobre como saber o caminho a se tomar, e extrai de Jesus um dos mais famosos versículos: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida!” (João 14.6).

 

Quando Jesus ressuscitou e apareceu aos discípulos que estavam em casa trancados (João 20.19), Tomé não estava (João 20.24), e quando lhe disseram sobre a aparição do Mestre ressurreto, não acreditou, dizendo que só creria se O visse (João 20.25). Jesus apareceu a ele oito dias mais tarde e mostrou as marcas da crucificação ao discípulo, repreendendo-o e orientando-o a crer sem precisar ver! (João 20.26-29) Após essa manifestação, Tomé crê e chama o Mestre de “Meu Senhor e Deus”, sendo assim o primeiro dos discípulos a chamar a Jesus de “Deus” (João 20.28). Apesar de muitos terem preconceito devido à incredulidade deste discípulo, ele outrora se mostrou um ousado seguidor, incitando os discípulos a seguirem Jesus e a morrer com Ele na Judéia (João 11.16). Mostrou-se leal e até mesmo disposto a seguir o Mestre, mesmo que lhe custasse a vida. Um momento de falta de fé não deve anular toda a vida deste discípulo, assim como não anulou a imagem de João Batista, quando descreu.

 

Após este acontecimento, Tomé contemplou novamente o Senhor, que apareceu aos discípulos no lago Tiberíades (João 21.2). Reuniu-se com os demais no cenáculo, perseverando em oração, como um homem cheio de fé (Atos 1.13). Diz a tradição que Tomé tornou-se missionário na Índia e que foi martirizado e morto pelo rei de Milapura, na cidade indiana de Madras. Historiadores acreditam que o apóstolo foi morto a flechadas, enquanto orava.

 

 

 

 

 

Que possamos aprender com o exemplo de vida deixado por esses pequenos servos do grande Deus (exceto o exemplo de Judas), e nos empenhemos em viver uma vida abnegada, exemplar e totalmente voltada para a glorificação do Senhor! Que Deus abençoe a todos nós, e nos faça prosperar neste agradável e ousado neste desafio!

 


¹ Conforme Atos 1.21   

 

 

 

Eduardo Feldberg

www.eduardofeldberg.com.br

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